Rio de Janeiro confirmou, nesta segunda-feira (27), a primeira morte por dengue neste ano. A vítima é um homem de 38 anos, morador de Campo Grande, na zona oeste da capital. O caso acende um alerta para a população e autoridades de saúde, que reforçam a importância de medidas preventivas contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A Secretaria Municipal de Saúde divulgou os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, realizado entre os dias 6 e 10 de janeiro. Mais de 2 mil agentes de vigilância em saúde inspecionaram 102.316 imóveis em toda a cidade, coletando amostras que foram analisadas pelo laboratório de entomologia. O estudo revelou uma leve melhora no índice de infestação, que passou de 0,79% no mesmo período de 2024 para 0,74% em 2025. Apesar da redução, a situação ainda exige atenção, especialmente em áreas classificadas como de alerta e risco.
Dos 247 estratos analisados, 178 apresentaram índices satisfatórios (menores que 1%), enquanto 64 estão em alerta (1% a 3,9%) e cinco em situação de risco (acima de 3,9%). As regiões centrais e da zona oeste concentram as áreas mais críticas, onde a proliferação do mosquito preocupa as autoridades.
Focos de proliferação e medidas de prevenção
O levantamento identificou que os principais focos de reprodução do Aedes aegypti estão em depósitos móveis, como vasos de plantas, pingadeiras, recipientes de degelo de geladeiras, bebedouros e pequenas fontes ornamentais, que representam 29,8% dos locais com água parada. Ralos também foram apontados como pontos críticos, exigindo limpeza semanal, vedação ou telagem para evitar a proliferação do mosquito.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, destacou a importância do engajamento da população no combate à dengue. “Embora tenhamos registrado uma melhora em relação ao ano passado, ainda existem áreas da cidade que requerem atenção especial. É essencial que todos continuem tomando os cuidados necessários, como eliminar água parada e manter os recipientes limpos”, afirmou.
Soranz também reforçou a campanha de vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo prioritário na estratégia de imunização. “Convocamos pais e responsáveis a levarem seus filhos às unidades de saúde para se vacinarem. A prevenção é a melhor forma de evitar novos casos e mortes”, completou.
Dengue no Rio: um desafio contínuo
A dengue é uma doença endêmica no Rio de Janeiro, com picos de transmissão durante o verão, período marcado por chuvas e temperaturas elevadas, condições ideais para a reprodução do Aedes aegypti. Apesar dos esforços do poder público, a participação da população é fundamental para reduzir os índices de infestação e evitar surtos.
A Secretaria de Saúde realiza o LIRAa quatro vezes ao ano, monitorando as áreas de maior circulação do mosquito e os tipos de depósitos mais comuns. Esses dados permitem direcionar ações de prevenção e conscientização, além de alertar a população sobre os riscos de água parada.
Enquanto a cidade comemora a redução no índice de infestação, a primeira morte do ano serve como um alerta para que os cuidados não sejam negligenciados. A dengue é uma doença grave, que pode evoluir para complicações e até óbitos, especialmente em grupos mais vulneráveis. A prevenção, portanto, continua sendo a melhor arma no combate ao mosquito e às doenças por ele transmitidas.