Às vésperas do leilão de concessão da BR-364, marcado para esta quinta-feira (27) na Bolsa de Valores de São Paulo, a bancada federal de Rondônia acordou para os impactos do projeto e pediu, de forma urgente, o adiamento do processo. Os deputados também cobraram mais diálogo com a população, que será diretamente afetada pelo pedágio caro e pela falta de garantias de melhorias na rodovia.
A BR-364 é vital para o estado, sendo a principal via de transporte de trabalhadores, estudantes, pacientes em busca de atendimento médico e da produção do agronegócio, setor que sustenta a economia local. No entanto, o projeto de concessão prevê a duplicação de apenas pouco mais de 100 km, um investimento considerado insuficiente para atender às necessidades de segurança e infraestrutura. Além disso, o prazo para a execução das obras pode chegar a oito anos, gerando transtornos prolongados para quem depende da rodovia.
O coordenador da bancada, deputado Mauricio Carvalho, criticou a falta de transparência no processo: “O projeto, como está, é inviável. Pedágio alto, poucas melhorias e falta de diálogo com quem realmente usa a rodovia. A bancada não vai aceitar cobranças sem entregas”. A bancada também destacou que prefeitos, vereadores, caminhoneiros, produtores rurais e representantes da sociedade civil não foram ouvidos de forma adequada, o que impede um debate justo sobre os impactos da concessão.
Enquanto a maioria das lideranças políticas e comunitárias se opõe ao projeto, o senador Confúcio Moura tem defendido a concessão como benéfica para o estado. No entanto, sua posição é contestada por outros parlamentares, que argumentam que o projeto atual não atende às necessidades da população.
Com o leilão prestes a ser realizado, a bancada federal de Rondônia, composta pelos deputados Fernando Máximo, Silvia Cristina, Cristiane Lopes, Mauricio Carvalho, Lúcio Mosquini, Eurípedes Lebrão, Coronel Chrisóstomo e Tiago Flores, reforçou ao ministro dos Transportes, Renan Filho, a necessidade de um debate mais amplo e transparente. O objetivo é garantir que as decisões tomadas priorizem a segurança, a eficiência e o desenvolvimento econômico de Rondônia, sem impor custos abusivos aos cidadãos.
A população local, que já enfrenta riscos ao transitar pela BR-364, agora se vê diante da possibilidade de pagar um pedágio caro sem a certeza de melhorias significativas. A bancada federal de Rondônia espera que o governo federal atenda ao pedido de adiamento e abra espaço para um diálogo mais inclusivo e democrático.
Fonte: A Redação